Retirado da obra “O Fim do Mundo Está Próximo“, do Rvmo. Pe. Julio Maria de Lombaerde.
Mas afinal de contas, o que é uma Profecia?
Hoje correm no mundo boatos alarmantes a respeito de calamidades que nos ameaçam, e até a respeito do fim do mundo. Qual é a origem, qual o fundamento, qual o valor, qual a extensão de tais boatos?
São perguntas que, instintivamente, todos fazem. Todos perguntam, mas quase ninguém responde tais questionamentos, um tanto misteriosos, e muitas vezes fora do alcance das pessoas pouco afeitas às leituras da vida dos Santos e da História da Igreja.
E, como que para completar e turvar o horizonte já obscuro, eis que cartomantes, pitonisas, pajés, feiticeiros, mágicos, espíritas e outros clarividentes dos bolsos alheios, põem-se todos a fazer predições sobre o destino dos povos no futuro.
Uma Predição de Acontecimentos
Chama-se profecia a predição de acontecimentos futuros, dependentes da livre vontade dos homens, sob a direção da Providência Divina. Sempre houve e sempre haverá profecias na Igreja de Deus e em abono desta Igreja profecias e predições.
Geralmente as profecias são feitas por homens de Deus, embora possa servir-se acidentalmente até de homens maus para manifestar o futuro. Vemos, de fato, na Bíblia, que Deus se serviu de Balaão para profetizar a vitória e a glória de Israel contra os Moabitas (Nm 22) e que se serviu de Caifás para profetizar a morte de Jesus (Jo 11,51).
As Espécies de Profecia
Há duas espécies de profecias: as profecias públicas e as profecias privadas.
As profecias públicas são as que estão incluídas no Antigo ou no Novo Testamento, e dizem respeito às recompensas ou castigos do povo hebreu, à pessoa de Jesus Cristo, à Igreja e ao fim do mundo. O ciclo das profecias públicas encerrou-se pelo Apocalipse, que indica acontecimentos humanos até o fim do mundo.
Quanto às profecias privadas, elas continuam, e através dos séculos sempre houve homens santos que, inspirados por Deus, predisseram o futuro, para consolação e edificação dos bons e terror dos maus. Tais profecias não são de fé divina, porque foram feitas fora do ciclo da inspiração pública; nem são de fé eclesiástica, porque a Igreja, mesmo admitindo-as, não obriga a aceitá-las como verdade de fé.
Aquele, entretanto, que lhes negasse todo o valor, seria mais que imprudente, pois é certo que algumas revelações são de inspiração divina, e como tais, dignas de respeito e merecedoras de nossa adesão.
Certas revelações privadas, ou profecias, receberam a aprovação da Igreja; porém, convém notar que tal aprovação é apenas negativa, o que quer dizer que nada incluem de contrário ao ensino católico.
A aprovação positiva que a Igreja dá a uma verdade claramente revelada, torna esta verdade de fé eclesiástica, enquanto a aprovação negativa afasta apenas a discordância com o dogma ou a moral católicas, podendo os fiéis aceitar ou rejeitar estas verdades.
Excelente artigo. Obrigada pelo tema, que de certa forma é muito discutido e pertinente nos tempos atuais.